quarta-feira, 19 de abril de 2017

Elixir de Flor do Sabugueiro: um delicioso refresco com propriedades medicinais!

Já vos falei da quinta da minha amiga Olivia: bioagro! Sempre que no Verão vamos aos morangos e framboesas costumo aproveitar para comprar o elixir do Sabugueiro. Mas por estes dias tenho dado conta que há por aqui perto muitos sabugueiros, vai daí, comecei a investigar e a procurar uma receita sobre este maravilhoso refresco!
Para os menos informados deixo aqui algumas importantes notas:
O Sabugueiro tem como nome científico Sambucus nigra, é muito comum na Europa e em Portugal é quase espontâneo e aparece com muita frequência à beira das estradas. É uma planta medicinal que inclui propriedades diureticas, laxantes, cicatrizantes, depurativas e sudorifaras. O sabugueiro é muito utilizado no tratamento de gripes, constipações, tosse e alergias.
Só por estes motivos já que é um poderoso e natural anti-inflamatório já valeria a pena utilizá-lo, mas nós adoramos mesmo o seu refresco!!!!
E haverá melhor forma da B. se despedir das férias da Páscoa que não a colher estas perfumadas flores?!
Segui as orientações do Jamie Oliver e do blog " Tentações sobre a mesa ", que aconselho e que podem visitar seguindo este link: http://tentacoesobreamesa.blogspot.pt/2015/05/cordial-xarope-de-sabugueiro.html.
Fomos apanhar as flores numa tarde de sol e colhemos várias umbelas de diferentes sabugueiros. Esta é uma regra que nenhum aprendiz de feiticeiro pode quebrar! Eheheh....Dizem os expert que as flores devem ser colhidas de várias árvores e em dia de sol! Feito!!!
Depois, veio a parte mais morosa e minuciosa,  separar as flores dos pés das umbelas! Ah pois é, não podia ser tudo fácil. ....lá estivemos as duas a cortar pacientemente as minúsculas flores brancas!
 Segunda regra: as plantas não podem ser lavadas e devem separar-se as flores dos pedúnculos verdes. Bem, tive o cuidado de procurar sabugueiros que não estavam expostos ao dióxido de carbono e outros poluentes dos carros, nada de árvores de beira da estrada....andámos mesmo a calcurrear umas quintas meio escondidas!
Agora cortam-se  os limoes e as laranjas em rodelas e colocam-se às camadas com as flores.

 Entretanto coloca-se a água a ferver com o açúcar até este dissolver. Deixa-se arrefecer um pouco e deita-se morno sobre as camadas. Depois é só tapar com um pano e deixar a repousar durante 24h. Ao longo deste período convém mexer de quando em vez! Eu aproveitei, sempre que vinha à cozinha agarrava na colher de pau e zás, uma mexidela! Parecia mesmo que estava a fazer uma poção mágica....eheheh
Confesso que alterei um pouco a receita do Jamie Oliver. Sim, substitui o açúcar branco por açúcar amarelo e roubei no peso! Quanto ao resto fiz tudo igualzinho pra ver se a coisa bate certa!
E pronto! Um dia depois, coei a mistura, esterelizei os frascos e tenho o meu elixir pronto a transformar-se em deliciosos refrescos! Agora que lhe apanhei o geito vou aproveitar até ao final de maio para fazer mais, senão só para o ano! É que só na primavera é que se podem colher as flores e fazer o famoso " cordial". Depois podem guardar-se os frascos alguns meses e temos refresco para o Verão todo!😊😉
Agora deixo-vos a receita para fazerem se quiserem.
Receita do Elixir de flor do Sabugueiro 
20 umbelas de Flores (são as coroas ou cabeças com as flores)
2 limões 
2 laranjas
1,5 l. De água 
1 kg de açúcar amarelo

Refresco de Sabugueiro
1 copo do elixir de flor de sabugueiro
6 copos de água 
Folhas de hortelã q.b.
Cubos de gelo
Misturar tudo num jarro e degustar!



sábado, 15 de abril de 2017

Da Páscoa e do renascer! Preparativos doces na Arcádia...

Uf....o Inverno terminou! Só por isto já valia a pena comemorar. E há de facto uma festa que comemora a passagem do Inverno para a Primavera: a Páscoa!
Desde tempos bem antigos, os pagãos comemoravam a Páscoa e esta representa, nas suas origens, o renascer da vida. Para nós aqui em casa este ano a festa tem um sabor bem especial e é efectivamente tempo de comemorar a vida! Estamos juntos, unidos e felizes!
A B. está de férias e uma destas tardes descemos a rua do Almada em direcção da Arcádia!
Esta antiga e famosa fábrica de chocolates Portuense preparou por estes dias uma surpresa para todas as crianças que quisessem aparecer: ajudar a fazer e decorar amêndoas! Uau...haverá lugar melhor para entreter uma criança que uma casa recheada de doces????!!!!


Pertencente à família Bastos desde 1933 e sendo na época uma importante referência da cidade do Porto, a Arcádia assume-se "como uma fábrica de confeitaria artesanal".


Quem entra nesta Loja, não imagina certamente que nas suas traseiras fica uma das mais famosas fábricas portuguesas de chocolate artesanal. É aqui que se fazem as amêndoas, os ovos de Páscoa e as famosas línguas de gato de chocolate (sim, essa terrífica tentação para o palato!)
Margarida e João Bastos, netos do fundador desta casa são os seus actuais administradores e a pensar na curiosidade inata das crianças abriram as portas da fábrica para que quem quiser possa assistir e participar na confecção artesanal das famosas amêndoas de Páscoa!
Nós quisemos participar....


A B. e umas amiguinhas tiveram o privilégio de aprender a decorar amêndoas de licor! Primeiro estiveram a fazer flores, depois carinhas de bebés e ainda decoraram umas ternurentas cenouras!

Que doce e bela tarde! Eu finalmente pude perceber como são feitas as famosas Drageias de Licor Bonjour, docinhos únicos da Arcádia, recheados com uma espécie de licor sem álcool e decoradas uma a uma artesanalmente. Este ano, algumas destas drageias têm a mão da B. e das suas amigas!

Não resisti no final a comprar umas saborosas amêndoas de chocolate negro e um mimo para o homem da casa, umas amêndoas de chocolate sem açúcar! Nham..nham...
Feliz e doce Páscoa para todos!



 

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Uma tarde na Quinta da Prelada

Era uma vez uma quinta muito antiga e bonita! Os portões de entrada ostentam o brazão da família - Noronha e Menezes e estão ladeados de sereias a lembrar tempos míticos e lendas marítimas...
Portão de entrada da Quinta

A Casa e os Jardins da Prelada são parte integrante do maior conjunto paisagístico delineado pelo arquiteto italiano Nicolau Nasoni - a Quinta da Prelada.
O Portão de entrada barroco é do séc. XVII, portanto anterior à casa, guardião fiel da quinta desde os primeiros tempos!
Vista parcial da Casa

Fachada da Casa da Prelada



















A casa da Prelada foi mandada construir em 1754 e o projecto foi entregue a Nicolau Nasoni. Não se sabe ao certo porque não foi terminado o projecto inicial, ainda assim, a casa da Prelada foi no séc. XVIII um dos palacetes mais ricos e é considerada a maior obra de arquitectura paisagista de Nasoni. Esta construção visava ser a residência da família Noronha de Meneses, facto que ocorreu ao longo das gerações até 1903. Nessa altura, o último proprietário, D. Francisco de Noronha e Menezes, doou a propriedade em testamento à Misericórdia do Porto.
























A Quinta da Prelada tinha cerca de 7 hectares, era vasta e possuía uma alameda de camélias até junto da Torre, ou seja, até ao "Castelo" que agora ficou fora de muros, do outro lado da VCI. Com a construção da Via de Cintura Interna a quinta ficou divida ao meio. Do alto da casa, ainda conseguimos avistar lá ao longe, a uma distância de quatrocentos metros, a tal Torre, que ficou conhecida como "Castelo". A Misericórdia do Porto está no entanto a pensar criar um túnel por baixo da VCI, permitindo aos visitantes atravessar os dois espaços.









Da antiga quinta ainda é possível perceber as cinco áreas que possuía:
Jardim das Tílias; O Jardim das Camélias; O Jardim dos Buxos; o Pomar; e o Labirinto.


Sem dúvida, que o Labirinto de Buxo, outrora um dos maiores da Península Ibérica deve ter sido um autêntico quebra-cabeças para resolver, mas agora é muito fácil chegar ao centro, à imponente árvore. Mas, não deixa de ter a sua beleza e de ser o centro da atenção da visita exterior.


Dos jardins podemos aceder à casa e através de uma visita guiada conhecer o interior e a história desta emblemática e benemérita família que quis deixar o seu legado à Misericórdia. De acordo com as indicações do seu testador, o último proprietário, D. Francisco de Noronha e Menezes, a Misericórdia do Porto converteu a antiga residência num Hospital de Convalescentes, mais tarde Centro de Recuperação de Diminuídos Físicos e, por último, num lar da terceira idade.













Após terem sido realizadas profundas obras de reabilitação, entre 2010 e 2013, a Casa é atualmente um espaço cultural que acolhe o Arquivo Histórico da Misericórdia do Porto, um Auditório, a Sala dos Provedores, uma Capela e várias áreas que estão preparadas para receber diversas iniciativas, como exposições, concertos e conferências.


Mas sem dúvida que a parte mais interessante é a harmonia entre os vários espaços da casa, pois, estamos perante um distinto conjunto de 3 construções - o projecto de Nasoni que é efectivamente a parte mais antiga e aquela que era inicialmente a residência já referida; a ala da casa que foi acrescentada ainda no séc. XX; e a novíssima construção envidraçada para albergar o arquivo histórico.

Vale bem a pena visitar este recanto escondido no interior da cidade, paredes meias com o Hospital da Prelada.