sexta-feira, 14 de abril de 2017

Uma tarde na Quinta da Prelada

Era uma vez uma quinta muito antiga e bonita! Os portões de entrada ostentam o brazão da família - Noronha e Menezes e estão ladeados de sereias a lembrar tempos míticos e lendas marítimas...
Portão de entrada da Quinta

A Casa e os Jardins da Prelada são parte integrante do maior conjunto paisagístico delineado pelo arquiteto italiano Nicolau Nasoni - a Quinta da Prelada.
O Portão de entrada barroco é do séc. XVII, portanto anterior à casa, guardião fiel da quinta desde os primeiros tempos!
Vista parcial da Casa

Fachada da Casa da Prelada



















A casa da Prelada foi mandada construir em 1754 e o projecto foi entregue a Nicolau Nasoni. Não se sabe ao certo porque não foi terminado o projecto inicial, ainda assim, a casa da Prelada foi no séc. XVIII um dos palacetes mais ricos e é considerada a maior obra de arquitectura paisagista de Nasoni. Esta construção visava ser a residência da família Noronha de Meneses, facto que ocorreu ao longo das gerações até 1903. Nessa altura, o último proprietário, D. Francisco de Noronha e Menezes, doou a propriedade em testamento à Misericórdia do Porto.
























A Quinta da Prelada tinha cerca de 7 hectares, era vasta e possuía uma alameda de camélias até junto da Torre, ou seja, até ao "Castelo" que agora ficou fora de muros, do outro lado da VCI. Com a construção da Via de Cintura Interna a quinta ficou divida ao meio. Do alto da casa, ainda conseguimos avistar lá ao longe, a uma distância de quatrocentos metros, a tal Torre, que ficou conhecida como "Castelo". A Misericórdia do Porto está no entanto a pensar criar um túnel por baixo da VCI, permitindo aos visitantes atravessar os dois espaços.









Da antiga quinta ainda é possível perceber as cinco áreas que possuía:
Jardim das Tílias; O Jardim das Camélias; O Jardim dos Buxos; o Pomar; e o Labirinto.


Sem dúvida, que o Labirinto de Buxo, outrora um dos maiores da Península Ibérica deve ter sido um autêntico quebra-cabeças para resolver, mas agora é muito fácil chegar ao centro, à imponente árvore. Mas, não deixa de ter a sua beleza e de ser o centro da atenção da visita exterior.


Dos jardins podemos aceder à casa e através de uma visita guiada conhecer o interior e a história desta emblemática e benemérita família que quis deixar o seu legado à Misericórdia. De acordo com as indicações do seu testador, o último proprietário, D. Francisco de Noronha e Menezes, a Misericórdia do Porto converteu a antiga residência num Hospital de Convalescentes, mais tarde Centro de Recuperação de Diminuídos Físicos e, por último, num lar da terceira idade.













Após terem sido realizadas profundas obras de reabilitação, entre 2010 e 2013, a Casa é atualmente um espaço cultural que acolhe o Arquivo Histórico da Misericórdia do Porto, um Auditório, a Sala dos Provedores, uma Capela e várias áreas que estão preparadas para receber diversas iniciativas, como exposições, concertos e conferências.


Mas sem dúvida que a parte mais interessante é a harmonia entre os vários espaços da casa, pois, estamos perante um distinto conjunto de 3 construções - o projecto de Nasoni que é efectivamente a parte mais antiga e aquela que era inicialmente a residência já referida; a ala da casa que foi acrescentada ainda no séc. XX; e a novíssima construção envidraçada para albergar o arquivo histórico.

Vale bem a pena visitar este recanto escondido no interior da cidade, paredes meias com o Hospital da Prelada.


 

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