É certo que em Agosto não há canto nem vilarejo que não tenha a sua festa. Somos sem dúvida um povo festivaleiro, puxa-nos o pé para a dança e o corpo gosta de bailaricos, farturas e confusão. Está -nos na alma a devoção e há santos em cada lugar à espera de procissão e tapetes de flores. Vestem-se altares e janelas, afinam-se as vozes e paga-se ao grupo da moda para trazer os forasteiros. É assim em Agosto. Milhares de festas e romarias. Trago uma que nos conquistou.
S. Lourenço. Vilar de Andorinho, Gaia. É uma pequena freguesia e só a descobrimos quando levámos a B. Ao auditório Salvador Caetano em Dezembro passado a pedido da sua professora de piano para um concurso musical . Afinal era já uma iniciativa da comissão desta festa que organizava eventos para angariarem fundos e promoverem a festa.
Foi a garra e a irreverência de um punhado de jovens da freguesia, na sua maioria estudantes universitários que nos conquistou, com a sua vontade de serem os obreiros das festas de S. Lourenço. Estes jovens pegaram no seu querer e saber e alargaram a festa.
a gastronomia e a cultura. Se até às festas pouco sabíamos deste lugar, depois de percorrermos a exposição "coração de S. Lourenço " já conhecíamos as gentes e as tradições, a origem da festa e as comissões mais importantes , a história da capela e a mercearia mais famosa.
Confesso que não sou uma expert em romarias, mas esta pequena festa à qual não quisemos faltar tinha sabor de tradição renovada, de esperança na preservação das identidades locais .
E disso esta comissão pode ficar orgulhosa, pois é assim que se paga a dívida ao passado, fazendo-lhe homenagem com a viva memória.
S. Lourenço deveria estar feliz no alto da sua capela ao sentir tantos corações aos pulos de alegria.