Negar aquela beleza desgrenhada e áspera que tinha diante dos olhos?" Andrade, Eugénio . A Domingos Peres da Eira com algumas violetas.
A resposta é não. Ninguém pode negar a beleza do Porto. Ponto.
Sou uma amante da literatura e devo ser das poucas portuguesas que gosta e compra poesia. Esse género literário abandonado a uns poucos apreciadores. Julgo que esta minha perspectiva sobre a Poesia tem muito a ver com a filosofia, porque ocupam o mesmo canto e espaço nas livrarias, que é o mesmo que dizer quase nada ou uma ou outra prateleira, salvo raras excepções. Talvez também por isso devo ter uma das maiores livrarias que reune os dois géneros, mas é privada, não se vende e é o meu orgulho. Pronto ta dito, já desabafei. Agora vamos ao Porto!
Desde que aqui moro há mais de uma década, que considero que a melhor forma de ver o Porto é a partir de Gaia. E é no cais de Gaia que fica este fabuloso miradouro, o Terrace Lounge 360 do espaço Porto Cruz. Que podem ver aquihttp://www.myportocruz.com/pt/espaco/terrace-lounge-360/terrace-lounge-360.html?age=18
Este Verão não me canso de ir até lá olhar o Porto, beber-lhe o encanto do casario e sentir a admiração dos turistas, e vem-me sempre à memória a canção do Veloso ! Mas hoje é Eugénio de Andrade que me imbui o espírito da coisa e me faz absorver este entardecer. Como eu o compreendo, também sou beirã e também vim morar para o Porto por uma imposição da vida, no meu caso uma imposição de coração. E também me lembro de um Porto diferente, mais cinzento e fechado como o que canta Carlos Te na voz do Beloozoo. Mas o Porto mudou e o meu amor aumentou, e já não sei ficar muito longe deste lugar ( descobri isso quando estive a morar em Angola, sentia saudades da cidade ). Eugénio reconheceu que logo na primeira vez que veio ao Porto ficou " fascinado por todo aquele casario que se derramava às golfadas no Douro". É assim mesmo. Um fascínio que não muda e que se pode contemplar deste terraço, sobretudo a saborear um bom vinho.
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