quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Por terras de Alentejo: (take 4) Ao longo do rio Sado com paragem em Alcacer do Sal

Tal como escreveu Alexandre Herculano: " Alcácer achava-se no séc. XII decaída da sua anterior grandeza, mas ainda se distinguia  pelo pitoresco do sítio e pelo seu aprazível aspecto."
 Embora muitos não saibam esta cidade alentejana tem uma longa história e já foi em tempos a capital de uma província muçulmana -Al-kassar. Depois dos romanos, os muçulmanos ocuparam a cidade durante cerca de 400 anos e deram-lhe o nome de Al-kasser, que significa precisamente castelo, o castelo que D. Afonso II conquistou e  entregou com foral à ordem de Santiago.
Hoje mantém a sua toponímia acrescida de sal pela importância que este teve em termos económicos. É esta cidade de Alcácer do Sal, que hoje se afirma como paragem obrigatória para quem vem do sul.
Vindos da Comporta temos a oportunidade de atravessarmos a magnífica ponte metálica estilo Eiffel, uma ponte que liga o sul à cidade e que permite a passagem da navegação marítima do Sado. Esta ponte teve obras de restauro  em 2008 e  desde aí tem o seu tramo levadico operacional  possibilitando a passagem das embarcações à vela.
Já na margem direita do Sado vêem-se as riquezas arquitectónicas de traço muçulmano...
E subindo ao Castelo verifica-se a beleza da paisagem que se estende por campos de arroz e milho ao longo das margens do rio, até entrar na reserva natural do estuário do Sado.

Haverá maior beleza que a destas searas e lezírias  a emoldurar o azul do rio e do céu? Continuo a admirar a inteligência do povo muçulmano...não foi ao acaso que edificaram as suas cidades. E esta, guarda bem a memória da sua presença, quer na arquitectura quer nas culturas. Haverá certamente alguma ligação às gentes desta terra, começando pelo matemático Pedro Nunes, passando por Bernardim Ribeiro até ao prof. Francisco Gentil Martins.
Mas descendo novamente à urbe aproveitamos para passar na feira de Outubro e adquirirmos alguns produtos endógenos. ..

Por aqui encontramos bons queijos, azeitonas temperadas com óregãos, mel e saborosos doces à base de frutos secos.
Não podemos prosseguir viagem sem uma pausa para café e uma deliciosa queijada de amêndoa e pinhão.
 Confirmamos a riqueza gastronómica desta pitoresca terra através da sua doçaria conventual. Nham....

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