sábado, 8 de outubro de 2016

Um dia com sabor a pura amizade no Escritaria da Alice Vieira com a Prazeres!

"Ama os teus sonhos/ como o teu próximo
Ou como os sonhos/ do teu próximo 
Mas se o teu próximo / não tiver sonhos
Convém mandares o teu próximo/  para muito longe
Donde não te possa/  contaminar
   Alice Vieira, Um límpido silêncio  (poemas)
Poderia haver melhor forma de homenagear a escritora Alice Vieira que a de colocar todo um município a ler, reler, dramatizar, debater, desenhar, enfim...fazer tudo o que a imaginação e a vontade permitem em torno das obras desta Senhora?!  O festival literário de Penafiel - Escritaria deste ano faz-se com a vida e obra de Alice Vieira ( podem ver aqui todo o programa http://www.cm-penafiel.pt/pt-pt/destaques/destaques/escritaria-2016-vida-e-obra-de-alice-vieira.aspx?Action=1&M=NewsV2&PID=2488
E claro está que não poderia faltar à homenagem de uma das escritoras que marcou a minha infância e início da adolescência. Tenho as primeiras obras de Alice, desde Rosa minha irmã Rosa (1979), Lote 12, 2° frente, A espada do Rei Afonso, Chocolate à Chuva, Este rei que eu escolhi e Graças e desgraças na Corte de el Rei Tadinho, todos na sua primeira edição e todos lidos " num instantinho".... E não poderia haver frase mais assertiva que aquela que marca este Escritaria: " Há cheiros da infância que não morrem nunca, nem sequer envelhecem como a nossa pele."

E  lembro-me do cheiro dos livros da Alice e de como eles me faziam lembrar de outros cheiros, e de imaginar ou pelo menos tentar imaginar os cheiros tão bem descritos por ela nas suas intensas histórias. Durante vários momentos tentei imaginar se o cheiro do chocolate quente da Mariana e da Rita era o mesmo dos chocolates quentes que a minha mãe me fazia! Ah! E o peixe Zarolho? ! Eu também tive um Zarolho (ou vários, enfim...Até descobrir que morriam e iam parar à sanita e que num instantinho o meu pai corria a comprar outro igual, e nessa altura senti enormes remorsos e fiquei a matutar que era eu que os matava com as sucessivas batidas no vidro do aquário, qual experiência de verificação da veracidade da história de Mariana. E pronto, acabaram-se os peixes!!!!) 
São estas boas memórias de uma infância povoada de histórias proporcionadas também por esta escritora que se recordam ainda com mais prazer quando as partilhamos com uma amiga tão ligada aos contos e aos escritores como é o caso da Prazeres! Deixem que vos diga que esta é uma contadora de estórias à séria, daquelas que com o seu Kamishibai nos leva a viajar longe....mas sobre isso, hei-de contar-vos (tal como ela diz) tudo e tudo e tudo em outro post...eheheheh 
A Prazeres é uma dessas mulheres que quando entra nas nossas vidas nunca mais sai, passem os anos que passarem, e eu acho que sou abençoada com a sua amizade, por que ela é tão amiga do seu amigo e tão cheia de projectos e coisas boas para dizer e tem sempre palavras certas e acertadas para cada ocasião e tem tantos mas tantos sonhos, que eu quero-a é bem próxima para ser muiiiiiitooooo contaminada! Tufas! Assim, mesmo!
E hoje soube tão bem andar pelas ruas e lugares de Penafiel a palmilhar o escritaria da Alice  Vieira.  Primeiro a Biblioteca!
E os produtos dos leitores de palmo e meio. Nós parecíamos gaiatas a ouvir a sra. Directora da biblioteca a explicar-nos tudo, quais alunas atentas a aprender como se fez a exposição. 


 E depois prosseguimos rua fora, até espreitarmos tudo havia muita sola pra bater e conversa e gargalhadas, que há muito não estavamos juntas!



Tanta agitação deu-nos fomeca! E a Prazeres sugeriu (e muito bem, como sempre) irmos ao Vai de Roda! E fomos rodar uns belos rojões, eheheh

Ficámos gratas à  simpatia e mão da D. Fernanda e ainda bem que não nos fizemos rogadas aos rojões com batatinhas perfumadas, às deliciosas maçãs assadas e ao copo de vinho, pois, senão fosse o repasto farto não teríamos certamente aguentado tanto caminho acima caminho abaixo até chegarmos finalmente à Alice de carne e osso...eheheh, mas sobre essas voltas nada digo, prometi e cumpro e nem que me implorem ou azocrinem por mensagens acrescentarei mais uma palavra. Shiu! Fica para nos rirmos as duas, de novo...Até porque tudo isto foi graças à Alice!
Ainda bem que há pessoas assim, com palavras certas! E com afectos e sonhos. E como se pode ler no fim de Rosa minha irmã Rosa : " É preciso dar gente a esta casa. (...) E assim a casa vai adquirindo a sua vida própria, ou como diria a Mariana, os seus cheiros."  E é mesmo preciso continuar a dar vida a esta obra. Bem-haja Prazeres por este bocadinho. Bem-haja Alice por todos os cheiros que os seus livros me trouxeram e por todos os que a minha filha B.  Já descobriu...

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Alice eu é que agradeço todos os seus livros e poemas. Bem-haja! Quero continuar a lê-la.

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