quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Sofrer para ver MIRÓ em Serralves!!!!!

http://www.serralves.pt/pt/actividades/joan-miro-materialidade-e-metamorfose/A exposição mais mediática do momento é, sem dúvida,  a de MIRÓ que está em Serralves! E de tal forma é a euforia que ver a exposição requer tempo e paciência.
Tudo começa na fase de aquisição do bilhete....espera-se numa longa fila. Longa e desorganizada, diga-se, pois as pessoas amontoam-se e desde a parte de fora do museu, melhor desde o portão da entrada até à bilheteira é uma confusão, com pessoas à espera e pessoas já de bilhete na mão a quererem sair e a tentarem passar. Bem, esta parte pode ser melhorada. A exposição só começou no dia 1 e daqui até finais de Janeiro acredito que o Museu vai conseguir melhorar e preparar-se para as enchentes diárias.
No meu caso, ao fim de 45 min.  tinha bilhete, que é o mesmo que luz verde para avançar jardim fora até à casa cor-de-rosa.
Parece que tive sorte e entrei logo na casa, mas já ouvi dizer que em alguns dias às vezes também é preciso esperar para entrar na casa, uma vez que a lotação é de cerca de 200 pessoas de cada vez. Aqui para nós, que ninguém nos ouve, gostaria de perceber qual é a fórmula mágica que permite aos seguranças controlar as entradas, se tudo é feito manualmente e a olhometro...
Lá dentro há que seguir o guia da exposição e o mapa para que a coisa tenha sentido!
Mas essa parte agrada-me. Como me agrada e muito que estes quase 85 quadros e tapeçarias sejam do Estado e estejam no Porto e em Serralves! É um feito!
Pese embora a polémica que envolveu todo este processo, e sobretudo o facto de estas obras de arte terem sido activos do banco BPN que o Estado comprou, o que é certo é que a decisão de tornar pública a sua exposição foi sem dúvida a mais acertada.
Gosto mais do termo exposição que "colecção" e, não sendo nada entendida em arte, concordo com os especialistas e críticos de arte que defendem que esta não é uma verdadeira colecção no sentido estrito em que se define o conceito de colecção. Mas, uma coisa é certa,  a exposição " Joan MIRÓ: materialidade e metamorfose" (sobre isto obtenha toda a informação aqui http://www.serralves.pt/pt/actividades/joan-miro-materialidade-e-metamorfose/ permite-nos viajar e descobrir quase 60 anos de trabalho deste pintor Catalão.

E a casa de arte deco não podia servir melhor, na sua grandeza artística, para acolher um dos mais importantes artistas do século XX.  A intervenção de Siza Vieira possibilita a sobriedade e a nudez da casa que se despe e transforma nesta missão de acolhimento e projecção das obras expostas.
Tal e qual como o nome indica podemos assistir às metamorfoses que os trabalhos de MIRÓ foram sofrendo, sobretudo ás transformações da linguagem pictórica. Embora as grandes obras, as mais emblemáticas e icónicas, pareçam não constar deste acervo, há todo um percurso que permite descobrir o longo processo de experimentação e o pensamento visual do artista.
Foi com grande satisfação que observei alguns dos trabalhos de tapeçaria que aqui ganham destaque.
Apesar de tudo, tempo, paciência, astúcia para ver de perto as obras sem encontrões, o espaço um pouco acanhado em que se pode visualizar um documentário do artista em labor....vale bem a pena ver esta exposição. E felizmente que há muitas pessoas também interessadas! Nota 20 para o curador Robert Lubar Messeri e para o projecto de Siza Vieira.
A não perder esta visita a MIRÓ. 

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