" o Porto é hoje outro lugar. Hoje, o Porto mudou a sua fisionomia mas não a alma em que se debatem as ambições e o espírito das leis."
Agustina Bessa Luis, O porto em vários sentidos, 1998
É Domingo, Dezembro e está sol e calor, o que para esta altura do ano é algo raro. As ruas estão repletas de gentes, de turistas também, que o Porto está em festa, mas está aí para todos o viverem e apreciarem....
Agustina Bessa Luis, O porto em vários sentidos, 1998
É Domingo, Dezembro e está sol e calor, o que para esta altura do ano é algo raro. As ruas estão repletas de gentes, de turistas também, que o Porto está em festa, mas está aí para todos o viverem e apreciarem....
Nós também. Começamos por chegar de metro ao jardim do morro para lhe admirarmos a beleza. É de Gaia que o Porto se admira e contempla melhor. Não há dúvida.
E Agustina Bessa Luís também soube bem olhar para esta cidade. Tem razão quando diz: " toda a cidade, com as agulhas dos templos, as torres cinzentas, os pátios e muros onde se cavam escadas, (...) tem toda ela uma forma, uma alma de muralha".
Essa alma de gente grande que sabe lutar e virar-se ao rio....como viu Saramago, "O Porto é esse largo regaço aberto para o rio...."
E como houve gentes que deram a vida por esta cidade ao rio. O rio que trouxe o vinho e os cereais, sustento de tantas gentes. Este rio que se enche de barcos rabelos, hoje carregados de turistas e assim, continua a dar sustento, alento e esperança.
E se hoje a Ribeira se enaltece e engalanada e orgulhosa, festeja os seus 20 anos de Património mundial decretado pela Unesco, há mais de 200 anos inscreveu na história uma das maiores tragédias portuenses: a tragédia da Ponte das Barcas.
Em Março de 1809, quando o general Soult liderava a segunda das invasões francesas forçou a defesa da cidade invicta e desceu a rua Nova com os seus soldados em fúria, milhares de portuenses indefesos e em desespero correram até à ponte na esperança que as barcas os levassem até à outra margem. Mas, o peso dos milhares de habitantes encurralados pelos furiosos militares franceses, fez ceder as barcas que sustentavam a ponte...
E a esperança deu lugar ao horror, o porto de abrigo que estas gentes encontraram foi a quietude da morte...
A Ribeira guarda a sua memória e presta-lhes homenagem, por que este povo valente imortalizou esta força, esta garra que permanece nas almas valentes dos que continuam a lutar por esta cidade. Bibo portoooooo! !!!
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