segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

A festa britânica que abriu a casa da música a todos

" A técnica é necessária como veículo de expressão e quanto mais perfeita fica a técnica, mais livre fica a mente para interpretar as ideias que animaram o compositor"
Guilhermina Suggia " the violoncello in music and letters
Entrámos entusiasmadas na Casa da Música, desta vez a casa estava aberta a todos e com possibilidade de lhe conhecermos as entranhas e os bastidores, e nós não queriamos perder esta oportunidade.
O tema mote deste novo ano na Casa é " God save the Queen". É o ano britânico. Temos casa aberta. Enquanto esperávamos pela hora de assistirmos ao ensaio geral do Coro decidimos participar numa visita guiada. Uma supervisita com elevado número de curiosos que, tal como nós, decidiram calcurrear corredores, bastidores, espreitar os espaços que normalmente estão vedados ao público em geral.
Subimos ao sétimo andar para acedermos ao pequeno terraço com vista para a rotunda.

Havia ainda tempo para conhecer a agenda e tomar um café no restaurante.

Depois juntamo-nos na recepção e aguardamos que o nosso guia nos levasse pela viagem musical. Acedemos à  Cibermusica, uma sala multifacetada onde nos aguardava um mini-concerto de piano totalmente autónomo e controlado por computador. Uma arrojada criação tecnológica que espantaria Mozart certamente.
Esta casa, num projecto tão dinâmico quão polémico, de autoria do holandês Rem Koolhaas, não deixa de nos surpreender. Parece uma verdadeira " caixa de surpresas" onde os espaços comunicam entre si, fazendo-nos perder a noção de interior e exterior, num jogo acústico desafiante dos sentidos e da imaginação. Parece que Koolhaas imaginou a Casa como um cubo de meteorito que aterrou na Boavista....e este cubo entranhou-se mesmo na cidade!
Na sala da Renascença fomos surpreendidas pela magia do Gamelao robótico, parte da orquestra de percussão tradinional da Indonésia, está ali para ser tocado com um simples click...uma das inovações do serviço educativo da Casa que permite até aos cidadãos com mobilidade reduzida acederem a uma fantástica experiência musical.



Do renascimento para a sala vip e um encontro com pequenas réplicas de alguns dos nossos painéis de azulejos. Uma homenagem a essa arte tão reveladora da identidade portuguesa!

Não é difícil de imaginar músicos famosos deslumbrados com a beleza desta sala enquanto degustam um bom vinho do Porto! Outro surpreendente espaço é o Foyer Nascente com os seus 17 m2 de vidro ondulado permitindo a entrada de luz natural na sala Suggia!
Mas como havia ensaio assistido de Remix Ensemble as cortinas do lado principal da sala estavam corridas. Deu ainda para subir ao bar suspenso e à sala 2, a sala vermelha que serve todo o tipo de iniciativas do serviço educativo e que estava a fazer as delicias da pequenada, pois, havia um enorme grupo de crianças de escolas da cidade.

 Tal como a têm descrito, esta casa é " inquietante, intrigante e dinâmica ", aliás foi assim que a viu o júri quando em 2007 lhe atribuiu o prémio do instituto real dos arquitectos britânicos.

E graças aos britânicos cá andamos nós e todos os que quiseram sentir a casa por dentro.



Mas, agora temos de correr até à grande sala, vamos assistir ao ensaio de " a vida das palavras" pelo Coro da casa da música sob direcção de Paul Hillier...e não nos podemos esquecer que os britânicos são hiper pontuais, tudo vai acontecer no tempo certo!

Que belo trabalho! Tal como william Byrd disse: a música em sintonia com a vida das palavras!
A abertura oficial do país tema da casa deste ano foi mesmo uma festa! Viva a rainha!

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