quarta-feira, 22 de março de 2017

Tibete na Reitoria da Universidade do Porto!

A compaixão tem pouco valor se permanece uma ideia; ela deve tornar-se nossa atitude em relação aos outros, refletida em todos os nossos pensamentos e ações.
          Dalai Lama
Foto da exposição de Carlos Brum Melo - Tibete: Na sombra do teto do Mundo

Quanto mais leio sobre o Tibete mais compaixão e admiração tenho pelo seu povo e melhor compreendo o silêncio ruidoso de sua Santidade, o 14º Dalai Lama.
Não podia deixar de ir ver esta exposição fotográfica que se encontra na Reitoria da UP. E hoje que se comemoram os 106 anos desta nobre Instituição parecia-me uma boa altura para esta reflexão.

Vista da fachada traseira do edifício da Reitoria a partir do Jardim da Cordoaria
A Universidade tem uma nobre missão!
No meu caso em particular, admiro a Universidade do Porto tal como admiro qualquer outra Universidade. Não fiz os meus estudos académicos no Porto, mas sim em Lisboa. Fui para a Faculdade com 17 anos e mais de metade da minha vida foi passada nas Universidades. Primeiro a estudar!
E fiz tudo o que havia para fazer. Licenciatura, Mestrado, Doutoramento. Ainda na casa dos 20 comecei a dar aulas no ensino superior e a academia passou também a fazer parte do meu percurso profissional. Percorri a Europa a participar em Congressos organizados por várias Universidades. Portanto, posso dizer que cresci e amadureci graças à Universidade. Devo muito a esta Instituição, e espero ter contribuído de algum modo para que ela continue o seu processo e a sua missão. Logo, regozijo-me com a comemoração de mais um ano de vida!


Fotografia da Fachada Principal do edifício da Reitoria

 

A Reitoria fica num edifício histórico situado na Praça de Gomes Teixeira, no entanto poucas pessoas se lembram que é esse o nome real da Praça que todos apelidam de Praça dos Leões. É um edifíciode estilo neoclássico e foi projectado por Carlos Amarante, apresentando algumas semelhanças com o vizinho Hospital de Santo António. Em 1911 quando foi fundada a Universidade do Porto foi aqui que foi albergada a Faculdade de Ciências. Actualmente, a par da Reitoria está instalado o Museu de História Natural da Universidade do Porto, a Loja da Universidade e muito recentemente abriu a Galeria dos Leões.




A UP é a mais internacional das Universidades portuguesas e uma instituição de ensino e investigação científica de referência nacional e internacional. Possui 14 faculdades, uma business school e mais de 50 centros de investigação. Razão de orgulho!
Num país em que apenas 17% da população tem qualificação superior há ainda um longo caminho a fazer no acesso à Universidade.
Mas se há que continuar a aumentar o acesso ao ensino superior há igualmente que integrar na vida activa a minoria mais qualificada, pois, só assim a Universidade pode contribuir para o desenvolvimento económico, social e cultural do país.
A Universidade contribui para um mundo melhor, um mundo mais habitável através da promoção da criação e da inovação. Pelo menos, é o que é desejável. E para tal terá de fomentar continuamente o espírito crítico, a reflexão, o debate.
É neste contexto que se integra plenamente a exposição de fotografia - Tibete: na sombra do Teto do Mundo de Carlos Brum Melo.

Através do olhar do fotógrafo contribui para a consciencialização da comunidade internacional sobre o estatuto do Tibete, fazendo-nos ver através da riqueza do património humano, cultural e espiritual deste povo que os seus direitos fundamentais e universais não são respeitados.


As orações, os mantras, as cinco cores das bandeiras onde estão impressas orações simbolizam cada uma um elemento, uma energia. O branco simboliza o éter, o azul a água, verde o ar, o vermelho o fogo e o amarelo simboliza o elemento terra.
Os 5 elementos, as 5sabedorias budistas em ordem à luz e vida em harmonia. Se é este o caminho que este povo tem trilhado e se o vento sopra as suas orações em nossa direcção, sejamos capazes de enquanto cidadãos reconhecer que as suas lágrimas de opressão não podem continuar invisíveis.
A Universidade dá-nos esta capacidade de nos afirmarmos enquanto cidadãos com capacidade crítica, como seres históricos radicalmente ligados aos outros que por mais estranhos que pareçam nos são tão próximos!
 

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