sexta-feira, 2 de setembro de 2016

A casa de Sophia e o Rapaz de Bronze!

"Era uma vez  um jardim  maravilhoso,  cheio de grandes  tílias,  betulas,  carvalhos, magnólias e plátanos. 
Havia  nele roseirais, jardins de buxo e pomares. E ruas muito compridas, entre muros de camélias  talhadas." 
O rapaz de bronze, Sophia  de Mello Breyner  Andressen
Desde que a B. leu o Rapaz de Bronze  que sabia que a teria de trazer à  casa de Sophia.  A quinta do campo Alegre comprada em finais do século XIX  pelo avô de Sophia  de Mello Breyner,  é  hoje o jardim botânico  do Porto. Como tal,  encontra-se aberto ao público,  e  hoje pareceu-nos bem visitar o tal " território  fabuloso ". 
Começámos  pelo jardim de roseiras,  mas tal como os gladiolos também  as achamos umas flores muito sentimentais, perdemos mais tempo com os belos nenúfares  no lago do meio. Descemos pelo caramanchão até  ao pinhal.  Mas  percebemos rapidamente a infeliz perda da maioria da quinta para o asfalto. No tempo em que Sophia  brincava nesta quinta ela tinha o quartuplo do tamanho actual.  Quando  nos anos 50 do século  passado o Estado comprou a quinta  ela ficou exposta aos interesses políticos,  e por isso aquando da construção  da ponte da Arrábida,  os pomares e os pinhais foram preteridos . Foi  o preço  do desenvolvimento  que fez encurtar a quinta. Mas  ainda se salvaram os lagos...
E não  é  difícil  imaginar as brincadeiras de infância  de  Sophia  e Rúben  A.

Mas o lado feng shui da B. Levou-a  rapidamente   até  aos Cactos.  De todas as formas e tamanhos  fizeram-nos imaginar num país  tropical. ...

E as estufas ali ao lado,  cheias de flores , as tais por quem os gladiolos  têm consideração,  " que  têm  o seu nome  escrito  numa placa  de metal atada ao pé  com um fio de ráfia ". Mas  contrariamente ao conto não  puderam receber visitas.  Pelo menos hoje. Estou um pouco  decepcionada  com o Jardim botânico.  Sei que no Verão  as universidades  estão  fechadas, mas será  que não  há  técnicos  que possam ser pagos para manterem as estufas  abertas ao público?! 
Fomos  então  até  ao jardim mais chique,  o jardim dos Jotas ( em homenagem aos nomes dos antigos proprietários  João  e Joana ), e a B. Pulou e gritou que já  sabia o que era um jardim de buxo e  podia  contar à  professora de português  que tinha estado tal como no conto " nos jardins antigos ( onde) havia buxos e azulejos.
Ui, ui, quando no fim a coloquei frente à  estátua  de bronze, é  que foi ver soltar emoções  e contar de cor aquela parte da descrição  da estátua  do rapaz de bronze.  



A B. Tal como eu quando gosta de um livro decora partes com muita facilidade.  Estavamos no pequeno jardim onde "  havia um lago (...) no centro do lago havia uma ilha, feita de pedregulhos e onde cresciam fetos. E no centro da ilha estava uma estátua,  que..."  gritamos em uníssono  Um RAPAZ  Feito de BRONZE.   YUPI. ...
O rapaz que de noite mandava nas árvores,  nos animais, nas flores  e em todos os jardins, pinhais e pomares.
 Saímos  a dançar  imaginando a dança  da Florinda com o rapaz de bronze. 
 Nota-  Num blog não  se pode falar só  bem, portanto, o meu post de hoje tem um travo agridoce.  Fiquei feliz com a visita ao Jardim botânico  na parte da casa e dos jardins, tudo em ordem. Mas não  deixei de reparar em algum descuido no pinhal e na parte da quinta mais próxima  da estrada, muitas plantas secas e murchas, também  as estufas todas fechadas, e nem um guarda ou vigilante  foi avistado durante a nossa visita. Bem, somos  um povo civilizado, mas julgo que a coisa está  demasiado  exposta  e entregue inteiramente às  boas intenções  de quem ali entra. Num país  com uma taxa de desemprego tão  grande e com novas gerações  tão  bem formadas, julgo premente o investimento da universidade  do Porto em mais técnicos  aqui no jardim botânico,  mais biólogos,  seguranças  e guias. Todos sairão a ganhar! Porque este é  mesmo um território  fabuloso.! ! 






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