quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Graffitis ou a comunicabilidade na cidade!

Gosto de deambular  pela cidade. A pé  ou de carro, gosto de observar as mudanças,  o que flui, aquilo que se vai transformando.
Muitas vezes deparo-me com muros e fachadas grafitados. Gosto. Demoro-me a olhar, tento perceber a mensagem ou fico só  a admirar a criatividade.
Felizmente  vão  longe os tempos em que estes writers rabiscavam um chorrilho  de palavras mal amanhadas, mensagens negritadas, apenas.
Hoje há  mesmo espaços  criados para o efeito, muros que são  dados para livremente alguém  os potenciar. Pelo  Porto há  vários  desses espaços,  fachadas de prédios  que aguardam demolição  ou uma intervenção,  paredes cinzentas e degradadas que se vestem de cores e da imaginação  dos que abraçam  a street art. Há  até  alguns com nome como o mural da Leonesa.
E com muita expressividade! Mensagens  que articulam tradições,  costumes e símbolos  com uma nova apropriação. 

E a cidade  ganha vida! Afinal os medos, as conquistas, os anseios, os desejos fazem parte desse jogo identitário  que é  tão  próprio  de cada lugar.

Esta  forma de expressão  tão  fugaz e tão  viva está  tão  presente nas cidades europeias. E deixa marcas, traços na memória.  Quem já  teve oportunidade de admirar o mural que restou do muro de Berlim, não  esquece.  E é  tão  importante essa memória,  sobretudo agora que se fala em erguer novos muros. Julgo que deviam fazer uma visita guiada a certos políticos  a estes lugares, talvez aprendessem alguma coisa, pelo menos a terem um pouco mais de bom-senso e tolerância.  Talvez chegasse! E passear por Bruxelas com o Tim  Tim em tamanho XXXL Ou ver as paredes de museus londrinos grafitadas. Bem mais interessante do que ver a cidade a degradar-se.

Admiro  e fico grata aos que têm  coragem e criatividade para darem  cor às  paredes. E ainda bem que no Porto já  há  belos exemplares. Vale a pena procurar e olhar para  estes quadros inusitados  e inesperados. Amanhã  podem não  estar lá.


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