quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Da biblioteca da FLUP e do dever de memória

Hoje  a B. regressou às  aulas, começou  um novo ano lectivo.
Também  teve início  o segundo Congresso Português  de Filosofia na FLUP  - Faculdade de Letras da Universidade  do Porto. 
É  estranho ir a um congresso sobre filosofia e não  ir falar, quero dizer não  apresentar uma comunicação.  Há  anos que não  me acontecia, mas quando esteve aberto o call for papers estava ainda em Angola.  Mas  não quero  deixar de marcar presença. 
Depois  de deixar  a B. e enquanto conduzia lembrei-me  que esta já  foi uma rotina importante, também  a deixava na creche e lá  ia  para a biblioteca da FLUP  pesquisar e escrever. Dias a fio, nos dias livres, nas férias  e por vezes até  nas manhãs  de sábado. 
E já  passou quase uma década  desde os meus tempos de doutoranda. E  grande parte da minha tese foi construída  nesta biblioteca.

 Porque  tem um bom acervo bibliográfico  nas áreas  da Filosofia,  Literatura  e História;  porque em termos estruturais apela à  leitura e ao trabalho com uma magnífica  luz natural e ainda com a vantagem de oferecer uma paisagem ímpar  do rio Douro ; e porque tem bastantes periódicos. ...;
Na minha solitária  investigação este espaço  foi muito  importante, por isso tinha mesmo de fazer um post sobre a biblioteca, porque a minha condição  de ser-afectado-pelo-passado exige este trabalho de memória,  porque tenho uma dívida que esta narrativa pode pagar. E a minha imensa alegria, sinto-a quando aqui entro, por isso a minha memória  está  apaziguada. E esta biblioteca  continua a dar-me tanto e tanto, não  poderia  entrar e sair sem ver as novidades, os últimos  periódicos,  e eis que o último  número  da Revue Sciences Humaines traz um artigo de François  Dosse sobre Paul Ricoeur. 
Julgo que ainda não  referi mas sou uma Ricoeuriana, uma especialista em Paul Ricoeur!  Pelo menos tento ser...eheheh. Mas é  verdade a minha tese foi sobre Ricoeur,  daí  ter de ler tantas obras e articular várias  áreas,  por que este é  o filósofo  de todos os diálogos  possíveis. E esta biblioteca possibilitou-me muitas das leituras necessárias. .. Agora que já  actualizei mais algumas vou para o Congresso, que isto é  um evento imperdível  ( digo eu, claro está ).


Sem comentários:

Enviar um comentário